sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Software Livre ou Open Source?

Antes de mais nada, o que andam dizendo por aí:

  • Sobre Software Livre

"Software livre, segundo a definição criada pela Free Software Foundation é qualquer programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado e redistribuído com algumas restrições. A liberdade de tais diretrizes é central ao conceito, o qual se opõe ao conceito de software proprietário, mas não ao software que é vendido almejando lucro (software comercial). A maneira usual de distribuição de software livre é anexar a este uma licença de software livre, e tornar o código fonte do programa disponível." (da WikiPedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Software_livre)

  • Sobre Open Source

"O termo código aberto, ou open source em inglês, foi criado pela OSI (Open Source Initiative) e refere-se a software também conhecido por software livre. Genericamente trata-se de software que respeita as quatro liberdades definidas pela Free Software Foundation, inspiradas no projecto Debian, nomeadamente em "Debian Free Software Guidelines (DFSG)". Qualquer licença de software livre é também uma licença de código aberto (Open Source), a diferença entre as duas nomenclaturas reside essencialmente na sua apresentação; Enquanto a FSF usa o termo "Software Livre" envolta de um discurso baseado em questões éticas, direitos e liberdade, a OSI usa o termo "Código Aberto" sob um ponto de vista puramente técnico, evitando (propositadamente) questões éticas. Esta nomenclatura e discurso foram cunhados por Eric Raymond e outros fundadores da OSI com o objectivo de apresentar o software livre a empresas de uma forma mais comercial evitando o discurso ético." (da WikiPedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Código_aberto).

  • Minha opinião
Bem, pelo descrito acima, os termos se confundem em questões meramente semânticas, ou seja: Software Livre e Open Source são a mesma coisa, em essência, salvo apenas pela questão semântica entre "Livre" e "Open". Então vamos aprofundar um pouco mais!

No inicio dos anos 80, Richard M. Stallman foi o primeiro a formalizar esta maneira de pensar para o software sobre a forma de quatro liberdades:

1ª liberdade: A liberdade de executar o software, para qualquer uso;

2ª liberdade: A liberdade de estudar o funcionamento de um programa e de adaptá-lo às suas necessidades;

3ª liberdade: A liberdade de redistribuir cópias;

4ª liberdade: A liberdade de melhorar o programa e de tornar as modificações públicas de modo que a comunidade inteira beneficie da melhoria.

O software que siga esses quatro princípios é chamado "Software Livre" (ou Free Software).

A 2ª liberdade não explicita muito um detalhe. Mas ele é revelado pela 4ª liberdade: para poder melhorar um programa, você precisará invariavelmente de ter acesso ao código fonte. E para poder acessá-lo ele precisa estar aberto (Open)! Fica fácil agora aceitar que Software Livre ou Open Source são a mesma coisa.

Embora sejam a mesma coisa, eu prefiro usar o termo Open Source, e vou explicar por que. Aliás, foi isto que me levou a escrever toda esta tranqueira. Não quero discutir semântica! Na verdade, quero aprofundar numa "polêmica" em torno do Open Source: a de que ele, por ser "Livre", "Grátis", etc, etc, etc, não presta!

Afinal, Open Source presta ou não presta?!

Para responder a esta pergunta, vou fazer a seguinte observação:

A Oracle, empresa com fins lucrativos que, entre tantos produtos, é a dona do Oracle Database e também a IBM (quem não conhece a IBM) não só desenvolvem grande parte de seus produtos para o Linux, como também são colaboradoras da comunidade Linux. Aliás, quem não conhece o Linux?

O Linux é o maior exemplo "vivo" do que é Open Source. Pronto!

Claro que algumas pessoas que estão com "dependência" física e psicológica dos produtos da Micro$oft sempre irão dizer que o Linux não presta. Mas a questão é que ele presta sim, e muito!

Falácia 1: não existem softwares para Linux

Um Sistema Operacional por si só não serve para nada. Ele só tem utilidade se existir toda uma gama de softwares e aplicativos desenvolvidos para ele.

Durante muito tempo, este foi um argumento usado pelos fanáticos seguidores do windows: não existem softwares para Linux! "Eu não posso fazer isto no Linux; eu não posso fazer aquilo no Linux..." MENTIRA!

Vejam no link a seguir uma relação de softwares para Windows e seus equivalentes no Linux:

http://wiki.linuxquestions.org/wiki/Linux_software_equivalent_to_Windows_software


Faltou algum? Tem algum software Micro$oft que você usa e que não exista o correspondente no Linux?

Então conheça o The Linux Alternative Project!

Bem, acho que está falácia já foi desmascarada. Vamos para a próxima:

Falácia 2: o Linux é difícil de instalar e usar

Com relação a instalação, este um fator que colabora com a idéia de que o Windows é mais "fácil" de usar que o Linux. Claro! 99,99% de todas as máquinas PC vendidas no mundo já vêm com o Windows instalado! Assim fica "fácil" usar o Windows: é só apertar o botão "Pôver" (Power) e pronto!

Mas, para aqueles que já instalaram o Windows, posso jurar que a "dificuldade" de instalar o Linux é a mesma! Até os famigerados "drivers" não são mais problemas no Linux: na instalação em qualquer máquina que não tenha mais de cinco anos (o que equivale a 50, no mundo da informática), o Linux reconhece tudo. TUDO! Placas de rede, video, som; dispositivos USBs, CD-RW, DVD-RW; e o que mais exisitir na máquina. É só instalar e começar a usar!

Então chega a hora de usar...

"Como é que eu 'toco' uma música?" - então ficam procurando o Media Player
"Como é que eu 'assisto' um filme?" - então ficam procurando o Media Player
 "Como é que eu 'passo' um e-mail?" - então ficam procurando o Outlook Express
 "Como é que eu 'navego' na internet?" - então ficam procurando o Internet Explorer
 "Como é que eu 'gravo' um CD?" - então ficam procurando o (????)

Lembram aquela famosa frase:

"Quando tudo der errado, leia o manual!"

Pois é, brasileiro, em geral, odeia ler. E mesmo os que "tentam" ler, apenas 25% têm a capacidade de entender o que leram... E como o Linux não é uma coisa que se aprende por "osmose" (ainda) ou com o colega do lado, aí só pode dar "tilt" no cérebro mesmo!

"Mas, espere aí, o assunto não era Software Livre ou Open Source?" -- devem estar pesando.

Ok, ok, vamos voltar ao assunto...

Existe software do tipo OpenSource para Windows também. O famoso OpenOffice, por exemplo, foi criado inicialmente para Windows, como uma alternativa ao hegemônico (e caro) Micro$oft Office. Aí que entra o detalhe: como ele foi criado dentro da filosofia do Open Source, não foi difícil para as pessoas de boa vontade re-escrevê-lo para Linux também!

É, já deu prá ver que minha intenção mesmo é falar do Linux. :-) É que eu defendo a tese de que 100% das coisas que você faz cotidianamente através de um computador podem e devem ser feitas sem que você tenha que gastar um centavo com software!

Vou encerrar por aqui este assunto. Pretendo num próximo tópico mostrar com é fácil instalar e usar o Linux, além de mostrar como dá para fazer tudo com ele. Ao menos o que se faz no uso cotidiano de um computador...


Comentem, critiquem, fiquem à vontade!




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